sexta-feira, 20 de março de 2009

Insónias

Li hoje no Público um artigo que relatava que os portugueses dormiam mal por causa da crise. Naturalmente imaginei logo o dono da Jotex a revolver-se na cama, por causa do fecho dessa fábrica, certamente a pensar na angústia dos seus empregados que ficaram sem trabalho. Desloquei-me à AIG, com um lenço na mão e decidi enxugar o ranho aos administradores e altos funcionários que foram gratificados com uma quantia modesta, depois de terem recebido uma minúscula injecção de fundos públicos na sua empresa e de não terem cometido erros na gestão do seu negócio. Depois lembrei-me do Madoff, homem exímio nas artes da decência, que sempre resguardou o interesse da sua família e dos seus clientes, lembrei-me do Bush e do seu humanitarismo perante as barbaridades que acometiam o Iraque. E os péssimos resultados do Benfica e a goleada que o Sporting sofreu? Não há razões para nos revolvermos na cama? Tendo em conta que o governo tenciona gastar 1000 milhões de euros num troço de 20 km, que o presidente da CIP diz que seria mais barato pelo sul, depois desmentido por outro organismo, facto que nos leva a questionar: em quem devemos confiar? Quem diz a verdade? Depois artigos onde se critica o aumento salarial, não proporcional à produtividade: as famílias já têm pouco poder de compra... Muitas ideias, muitas frases bonitas, contudo, este mundo constitucional e parlamentar, parece tão longe das expectativas e dos interesses da maioria maltratada. Quando é que se lembrarão de governar não para as estatísticas e para as eleições? Talvez se compreenda por que tanta gente dorme mal... Uma minoria chora num bom carro, num BMW topo de gama, outros num carro comprado às prestações... de baixo calibre...

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