quinta-feira, 30 de abril de 2009

O porquê do meu NÃO a Sócrates...

As eleições estão em breve a chegar. As casas dos portugueses vão ser invadidas com o lixo dos mais diversos partidos, vão novamente surgir os escândalos de endividamento e financiamento ilícito de campanhas. Todos sabemos como as coisas correm. Vamos também ouvir José Sócrates do alto da sua "sabedoria" falar aos portugueses de tudo o que foi feito em prol de um Portugal melhor no seu mandato. Sócrates terá que puxar muito pela imaginação porque na realidade pouco ou nada foi feito. Não somos hoje um país melhor aquando da data da entrada do governo PS em funções. Escândalos de corrupção fortes de mais para serem ignorados atingiram bem forte o centro do governo já para não falar nos milhares de empregos que pura e simplesmente foram transformados em milhares de desempregos. A equipa de Sócrates está francamente à quem daquilo que seria esperado: os ministérios da educação, economia e obras públicas necessitam de um abanão e de uma troca de orientação. Não estejamos com meios rodeios: Os ministros destes ministérios são muito fracos e sem qualquer noção estratégica para o futuro europeu.

Para o mês de Junho temos as eleições europeias que servirão para dar um cartão amarelo ao governo Sócrates. É pena que assim seja dado que o candidato "rosa" prefigura-se como aquele que na minha opinião é o mais capaz. Continuamos a misturar Europa com política interna...triste sina esta do povo lusitano.

O triste estado a que o país chegou não tem um responsável mas vários, uma classe política que não soube conduzir devidamente os destinos deste país assim como uma classe directiva e gestora que não soube evoluir correctamente nem potencializar todos os recursos que temos disponíveis para transformar de uma maneira realmente efectiva Portugal num país que não vivesse andando a reboque da Europa comprando sempre o bilhete à última da hora para não saltar fora da última carruagem!

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Reembolso de Impostos

De acordo com a nova lei da Finanças Locais, as Autarquias têm o poder de abdicar do IRS dos munícipes, que era transferido pelo Estado Central, sendo este redistribuído directamente aos contribuintes, via reembolso/pagamento de impostos. No primeiro caso, o reembolso seria maior, no segundo o pagamento inferior.
A lei entrou em vigor este ano, e os resultados revelam uma tendência que merece ser comentada.

Câmaras com maiores DEVOLUÇÕES (14.28%)
  1. Castro Marim
  2. Manteigas
  3. Alcoutim
  4. Belmonte
  5. Crato
Câmaras que NÃO abdicaram e que maior POUPANÇA PERMITIRIAM aos munícipes (85.72%)
  1. Lisboa
  2. Oeiras
  3. Cascais
  4. Porto
  5. Coimbra
Esta amostra serve para o que eu quero realçar.
São os municípios de interior deserto, envelhecido e mais pobre que mais ajudam os seus contribuintes, dispensando, dessa forma, uma receita significativa nos seus depauperados cofres. Esta realidade é explicada pelas tentativas de fixar população nestes concelhos.
Em contrapartida, as câmaras de região da Grande Lisboa e capitais de distrito são as mais egoístas, desenvolvidas e folgadas, não dispensando esse dinheiro, sabe-se lá para aplicar em quê?
Outra consideração que estes cálculos merecem é que aparentemente estão alheios a intenções eleitoralistas. Porém, note-se que a maior parte dos eleitores não sabe da existência desta lei ...

NOTA: Cálculos de Jornal de Negócios
http://www.jornaldenegocios.pt/index.php?template=SHOWNEWS&id=365116

sábado, 25 de abril de 2009


Foi assim há 35 anos e hoje estamos aqui e amanhã onde estaremos? A complexa pergunta mantêm-se numa ilusão de mudança. Mudança que deveria ter vindo com a revolução e que se perdeu no meio da alegria de um povo liberto.

Peço que imaginem: Em 25 de abril de 1974 o que se ouvia nas ruas era liberdade, queda do poder, ou seja, mudança. Mas terá havido real mudança? Se, em si, continuamos a ser o mesmo povo, sem alterações de mentalidades, iludido com promesas de politicos tal como Salazar fez nas promessas de liberdade, um povo fortemente controlado pela religião e que se castiga a si próprio por causa do seu fado.

Afinal o que poderiamos esperar de nós proprios, que após uma revolução nos tornassemos heróis imortais como um dia Camões cantou uma nação onde um povo pequenino dentro de um pequeno país se tornou tão grande e forte.

Hoje é 25 de abril e reparo que já faleceu tantos heróis, tantos que repararam no que de facto se passou antes e pós abril. Zeca Afonso, cantor e compositor, faz falta. Faz falta alguém que através de algo critique e modifique os percepções e contagie a mudança. Cantou desesperos nos seus versos, realidade que conhecia bem de um mundo que não conheci e que espero nunca conhecer.
Chico Buarque ofereceu uma bela música: Tanto Mar, que tem duas versões. Ambas belas mas com algumas alterações. Também Zeca Afonso modificou a maneira de cantar mas critica em "Indios da Meia-Praia" a maneira de vida do povo e do governo daquele tempo.

Comemoramos algo que para alguns de nós, especialmente os mais novos não passa de um feriado. Os mais velhos relembram mas não falam. E nós vivemos a vida, livres e com liberdade de expressão e que não damos valor. Eu imagino porque não vivi, mas outros relebram de tempos longiquos que tanto parecem tão reais agora. E se Abril abriu as portas ao futuro, quem sabe este Abril não abre as mentalidades do meu povo. Quisá...

Mas como é capaz uma revolução de direita ter se tornado tão rapidamente numa revolução de esquerda. Esse foi o auge da revolução e talvez a abertura para hoje sermos livres. As influências de partidos, de personalidades pesadas que movimentaram o pouco que restava de um país para um futuro imprevisivel.
Relembrando as palavras de Vasco Laurenço na sua auto-biografia: Não planeamos o dia seguinte.

Ontem foi 25 de abril, olhei para a rua e não vi celebrações; liguei a tv e vi um ou dois programas sobre a revolução e pouco mais. Talvez, não sei, quisá, a revolução voltará, mas não pelas mãos de militares mas pelas mãos da cultura, uma revolução cultural, enaltada nas palavras de Fernando Pessoa, a formação do Quinto Império.






sexta-feira, 24 de abril de 2009

Eleições Europeias

Li no site do "Destak" uma crónica que vai precisamente de encontro às minhas reflexões sobre as eleições europeias da autoria João César das Neves.

Passo a citar,

"As europeias são só aberrantes. Ninguém sabe para que serve o Parlamento Europeu. Os eleitores sentem a eleição sem impacto e abstêm-se ou escolhem de forma ligeira. O voto acaba inspirado por factos laterais, da crítica ao governo a campanhas particulares. (...) A culpa não é do eleitorado. É do sistema. (...) Este Parlamento Europeu, eleito desta forma irresponsável (...) A Europa é um grande projecto, mas o que mais a prejudica é o zelo e exagero dos seus partidários."

Esta opinião e o debate televisivo Prós e Contras vieram reforçar aquilo que deverão ser as eleições europeias: uma perda de tempo e de paciência a ouvir políticos a misturar política interna com a europeia ...

Vamos votar O QUÊ, EM QUEM, para AVALIAR que competências ... no fundo PARA QUÊ?

Talvez seja pela distância geográfica do centro europeu ou por falta de informação, mas quantas vezes é que ouvimos notícias relacionadas com o Parlamento Europeu no último mês? Ano? Desde as últimas eleições europeias?
A resposta é muito poucas.

Recordo-me de apenas dois casos. O dos voos da CIA, trazido a público pela eurodeputada do Partido Socialista Ana Gomes e as habituais reivindicações sociais da comunista Ilda Figueiredo ... nada mais ...

O que se sabe sim é que um formalismo imposto pela UE que apenas fazem parte do calendário eleitoral.

Espero, muito sinceramente mudar o discurso, nos próximos 44 dias.

Link: http://www.destak.pt/artigos.php?art=27460

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Artigo sob as asas de um tempo sem asas

O nosso tempo é vivido a uma velocidade incontrolável e maníaca. Até quando conseguiremos aguentar este ritmo que a sociedade nos impõe de forma feroz? Poucos são os momentos em que podemos ficar descansados a pensar nas coisas do mundo, existe uma vontade inerte de mecanização de tudo. A chamada “máquina mundo” está a exigir do Homem mais do que aquilo que ele pode dar, o que em última análise poderá conduzir a uma mutação drástica do ser humano.

Tendemos, pouco a pouco, a desagregarmo-nos naquilo que nos une. O que realmente une o ser humano é a vontade de criar, a vontade de fruir, aquilo a que vulgarmente chamamos “vida” e, é essa vida, que a cada dia que passa está-nos a ser retirada das mais diversas formas: palavras tão simples como rir, brincar, fruir estºao progressivamente a desaparecer do nosso quotidiano. Assim sendo o Homem tem a obrigação de tentar a salvação deste modelo para que caminhamos, é importante que se apontem novos caminhos, que a palavras de ordem não sejam mais “produzir” e “ganhar dinheiro” mas sim “pensar” e “cumprir-se”. O Homem, hoje mais que nunca, tem necessidade de se mobilizar e confrontar a “máquina mundo” de uma forma verdadeiramente aguerrida, uma guerra com as armas vontade e união. Vivemos num tempo decadente, as vidas arrastam-se quase à espera do dia do último suspiro perdido num tempo indeterminado (para muitos o começo da salvação). Mas será justo que o ser humano viva condicionado para atingir uma salvação que nem sabemos muito bem se existe? Ao invés será também justo que vivamos num mundo constante perda do sentido da palavra humanidade? Que somos afinal? São certamente questões de complexa resposta, no entanto é chegada a hora de encontrar a réplica que poderá ser dolorosa mas que terá de ser equacionada e colocada sob a mesa.

Incutiram-nos a ideia que para sermos alguém na vida tínhamos que ter um trabalho no qual o salário fosse o mais chorudo possível. Pouco interessa se fazemos aquilo que não gostamos, pouco interessa se passamos por cima de pessoas para atingir as nossas pretensões. No fundo o que realmente é importante é o prestígio que teremos sobre a sociedade e o que podemos ter com o dinheiro que ganhamos. Na sociedade contemporânea um bom emprego não é aquele onde nos sintamos realizados mas sim aquele em que ganhemos uns bons milhares de euros. Da mesma forma um Homem de sucesso não é aquele que procura a realização pessoal, procurando por todo o lado meios para realizar os seus sonhos mas sim aquele que chegou a director da multinacional “A” sem nunca se sentir vocacionado para tal tarefa, ou então aquele que recebeu uma herança milionária e a gastou em futilidades. Estamos perante valores sociais exclusivamente materiais e absolutamente caducos e moribundos. Perante isto a salvação está comprometida por uma falta de justiça no que toca essencialmente aos valores de cada um.

Tentamos com isto transmitir que a sociedade de hoje vive em prol do capital. Quem tem muito capital é bem visto, quem não tem capital é colocado de parte. Poucas coisas hoje em dia não se compram, essa é a realidade. Esta é definitivamente a era do auge do poder económico, poder esse que ao longo da história sempre existiu mas equilibrado com ideias como a honra, a coragem e a força. Verificamos que a honra dos Homens de hoje desapareceu, assim como a coragem (poucos são os que largam tudo para trás em nome de um sonho) assim como a força (não física mas sim de espírito e personalidade). Tudo isto chegou a um estremo tal que, se Maquiavel fosse nosso contemporâneo certamente seria economista e faria um manual de “guerras económicas” porque, na realidade, são as únicas que existem na actualidade.

Há um tremendo abuso de um poder sem rosto, um poder que nos oprime de uma forma invisível, estamos a referirmo-nos ao poder económico. São tremendos os abusos que são feitos em todo o mudo. Julgamos que estamos mal? Certamente que muitos povos do hemisfério sul gostariam de viver “o nosso mal”. As injustiças são incomportáveis, chegamos a um momento de desumanidade brutal. Que justiça é esta? Que salvação para o mundo? Vivemos descansados, sem mover um dedo para, pelo menos, tentar remediar a situação, de uma forma cobarde delegamos a nossa irresponsabilidade nas Organizações Não Governamentais.

É necessária uma efectiva mobilização, o Homem tem que reclamar a sua essência, que aos poucos se perde numa globalização estranha que invade povos e impõe uma ditadura não só cultural mas também política e económica. A cultura ocidental, o capitalismo e a democracia são as ditaduras de hoje, quem não a segue é reprimido.

A passividade do ser humano a que hoje assistimos poderá, numa visão mais radical, conduzir a um 1984 à maneira de George Orwell.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Meus caros amigos e concidadãos escrevo esta breve carta para vos dar conta da minha sensibilidade para com o momento altamente dramático que vivem. Devo dizer antes de mais que estou extremamente sensibilizado com os graves problemas que todos sofrem dia-a-dia.

Tenho 20 anos e compreendo que realmente a sina deste país é algo triste. Duas dezenas de anos desde que fui lançado para fora do ventre de minha mãe ouço dizer que o país está em crise. Estranho este pensamento mórbido que assola as mentes humanas destes portuguesinhos enquadrados em mundos obscuros de pessimismo como lei. Dizem eles que querem salvar-se da crise mas…a crise deixou de ser excepção e passou a ser condição. Este saudosismo absolutamente horripilante de nossos avós que gritam a revolta do “antigamente é que era bom” e de alguns retornados que exploravam em África os povos ditos “irmãos” para agora dizerem: “Em África é que era bom”. E eu digo que, lá no fundo, aqui é que é bom porque apesar de tudo, nunca vivemos tão bem como agora apesar de todas as típicas “manias” deste povinho absolutamente magnífico que transborda a sua falta de sabedoria sob este rectângulo que os norte-americanos (outro povo inteligente por sinal) dizem pertencer a Espanha.

Há por este país solarengo, com belas paisagens e com muito mar a arte do “deixa andar”. Uma arte milenar, começada a edificar nos tempos remotos da nossa civilização. Existe de certa forma uma falta de identidade e uma triste divisão entre norte e sul e entre litoral e interior que nada é salutar para um desenvolvimento efectivo do território. Que salvação queremos então para Portugal? Um país preso por fortes ideais religiosos, ideais esses atrofiantes para o desenvolvimento efectivo de um território dito laico no qual a laicização é relativa. Um rectângulo no qual a Igreja ainda tem peso e move alguns fiéis com palas nos olhos que vêem a verdade apenas e só na boca dos clérigos que seguem o tradicionalismo típico daqueles governos anteriores a 1974 e posteriores a 1926. A Igreja que proclama a salvação dos Homens e afunda os mesmos num atrofiante ciclo vicioso que é o grande responsável pela falta de desenvolvimento do país. Já Antero veiculava esta mesma ideia na sua célebre conferência no Casino Lisbonense sobre “As Causas da Decadência dos Povos Peninsulares”. Volvido mais de um século verificamos que os mesmos problemas apresentados por Antero se mantêm. Até quando? Pergunto-me?

O nosso povo gosta também de uns fadinhos e, a ouvir esses mesmos fadinhos, espera que o seu fado se cumpra sem ser necessário mover um dedo para que o futuro se concretize. Há uma falta de espírito de iniciativa estampada na cara de grande parte dos cidadãos deste nobre país, aquela mentalidade do “deixa andar” tão genuinamente portuguesa é um cliché da moral lusa. Assim sendo teremos nós moral enquanto povo para nos auto-denominarmos vítimas de uma crise? E olhar para essa mesma crise passivamente? Deixando tocar o nosso fadinho e vendo sagrado futebol de Sábado à noite, sem esquecer Fátima para completar a trilogia magnífica que ao longo do Estado Novo caracterizou este nobrezinho povinho. Mas…será só durante o Estado Novo que essa mesma trilogia foi efectiva? O passado desse tempo continua bem presente. A política dos 3 “f” continua a ser o circo deste povo, no entanto o pão começa a faltar mas parece que apesar disso o povo está satisfeitamente insatisfeito. Há uma relutância em fazer tão grande e uma passividade tão menos grande por parte deste povo que transformamos o nosso descontentamento apenas e só em greves perdidas por aqui e por acolá (à 6ª feira é claro para que o fim-de-semana seja prolongado).

Apesar de tudo há alguns que fazem, ou tentam fazer, mas para esses a “justiça” da crítica cai logo em cima. Sim, porque neste país quem trabalha sem receber dinheiro é “estúpido” ou quem tem iniciativas é considerado anormal e colocado imediatamente de parte do círculo da U.S.P.P. (União Social dos Passivos Portugueses). Esta “organização” que muitos pensam ser fictícia existe mesmo, bem no fundo das mentes desta população altamente qualificada para esvaziar as prateleiras das livrarias quando saem para a rua romances do José Rodrigues dos Santos ou para esgotar as bilheteiras do filme “Amália”. Há uma sem vontade absolutamente incompreensível que acaba por contaminar quem quer fazer algo por este pobre rectangulozinho. Muitos destes, que estão a ser contaminados pelo vírus da passividade (mandado disseminar pela USPP), fogem do país para não caírem na desgraça de uma caixa de supermercado qualquer ou então na desgraça de uma estúpida proliferação de sentimento antagónicos aos que lhes ensinaram nas ilhas que estão imunes deste tipo de vírus, (falamos evidentemente de algumas universidades).

Portugal é também um país de gente esperta, muito esperta por sinal, pena é que a sua esperteza seja conduzida para a injustiça que, em última análise, é também um factor determinante para fazer do nosso país um local com muito pouca justiça. Corrupção descaradamente apregoada por entre dentes corruptos de corpos corruptos. Uma elite política que procura encher a barriga em primeiro lugar, sugando este povo ignorante que se arrasta pelas calçadas, muitos deles sem dinheiro para calçado, e que são iludidos em falsos votos de esperança e numa grande falta concretização de promessas que ficam presas aos programas eleitorais que por aqui e por acolá são distribuídos. Temos uma população sem qualquer preparação, desprovida de quase tudo, não existe uma real evolução neste país que por vezes parece tropical visto que é definido inúmeras vezes como a República das Bananas. Justiça? Onde existe justiça neste cenário? Como salvar este “portugalinho” que em tempos disseram que estaria de tanga?

É triste meus amigos, muito triste falar-vos desta forma. Mas…as coisas não poderiam ser ditas de outra forma. Tenho muita pena mas esta é a minha visão, se não concordarem com a mesma estão à vontade para enviar uma resposta na qual usem da vossa oratória de demagogia para apresentar um ponto de vista talvez mais positivo.

Já ouviram falar em Educação? Certamente que todos vós já ouviram os sucessivos governos que por aqui passam dizer que “os problemas do país podem ser resolvidos com uma boa aposta na educação”. Onde está essa aposta? Sinceramente ainda não vi nada. Estranho não? Temos um sistema educativo caduco e pelas ruas da amargura, um ensino sem qualquer orientação no campo da formação pessoal dos cidadãos, preocupado apenas em injectar conhecimentos na cabeça dos estudantes, conhecimentos esses que, regra geral, não terão qualquer tipo de funcionalidade nos discentes. Por outro lado, a pedagogia de ensino orientada para a formação pessoal fica colocada de parte. Qual a razão? Será que vivemos num tempo em que temos que ser mais máquinas que Homens? Será exactamente por essa razão que as ciências sociais e humanas têm sido colocadas de parte para que as ciências exactas tenham, no nosso tempo, o primeiro lugar no que toca à importância do saber? Não seremos nós (Homens das ciências sociais e humanas) tão importantes quanto os outros? Se realmente somos qual será então o motivo para a sociedade nos colocar de lado. Injustiça? E a salvação onde cabe aqui? Na realidade, os Homens das ciências sociais são muito perigosos para os governos da nossa era por uma simples razão: Quem está ligado às ciências sociais e humanas executa, mas antes pensa. Nas ciências sociais não existem máquinas, existe antes um questionamento permanente de tudo. Homens desse tipo não interessam aos senhores de poder a nível nacional e mundial, o que realmente lhes interessa o tipo Homem-máquina, aquele que faz sem questionar.

Talvez sejamos assim, tão passivos, porque ao longo da história sempre tivemos tudo de mão beijada, não precisamos de mexer um dedo que fosse para que tudo nos caísse no colo sem qualquer necessidade de trabalho. No século XV foi o início de um período em que a riqueza abundava, o comércio com a África e com a Índia (mais tarde no século XVI) era uma realidade, o trabalho foi colocado de lado já que tudo nos vinha parar ao colo sem o mínimo esforço. Assim foi também mais tarde com a vinda das remessas de ouro do Brasil que nos permitiu construir monumentos gigantescos em território nacional. Até bem pouco tempo vivemos dos fundos da UE, muitos daqueles que beneficiaram desses mesmos fundos não os investiram nas suas actividades, optaram sim por gastar o dinheiro em bens pessoais. Tudo de mão beijada. Milhares e milhares de riquezas deitadas pela janela fora. Nós, portugueses somos mesmo assim. Temos as condições para evoluirmos: os meios, as pessoas, o capital só não temos…é a vontade. Como irá este povo ter salvação desta forma? A estranheza deste povo é digna de estudo realmente, muito sinceramente não quero é conhecer os resultados desse mesmo estudo. Tenho medo de me assustar.

Chegado a este ponto, meus caros amigos portugueses: qual a solução para o nosso Portugal? A resposta é simples, mudança de mentalidade. Só com uma mudança profunda nas mentalidades é que atingimos algo. Os tempos e a falta de desenvolvimento comprovam que não evoluímos assim tanto quanto pretendíamos, talvez porque o processo de alteração de mentalidades é longo, podendo o mesmo demorar séculos, quem sabe milénios. Enquanto as mentalidades não mudam, continuamos por cá a penar e a queixarmo-nos de tudo (português que é português tem que publicitar bem a sua vitimização) e esperamos que, à semelhança do que outrora aconteceu, tudo nos caia do céu. Talvez muitos esperem ainda o regresso do D. Sebastião. Hoje esteve nevoeiro, quando tal chegou hoje e nem dei conta.

Acordem por favor, é o que vos peço…nada mais!


Janeiro de 2009

sexta-feira, 10 de abril de 2009

"Saias muito curtas, camisolas decotadas, gangas, saltos altos, roupa interior escura, perfumes agressivos e sapatilhas" não se podem usar na Loja do Cidadão de Faro.
É caso para dizer que só faltava esta!
Não sei se é para rir, mas listar o que se pode vestir e calçar na Loja do Cidadão é um exercício complexo...
Se em vez de se estarem a preocupar com "tricas" irrelevantes, os responsáveis atentassem na lentidão, na arrogância, nos erros, na infeciência e por vezes até na incompetência dos funcionários seria bem mais produtivo e útil ao país.

Frase retirada de: http://www.tvi24.iol.pt/sociedade/loja-do-cidadao-mini-saias-decotes-faro-proibicao-tvi24/1056099-4071.html

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Crise???

Vivemos um tempo de crise (ou talvez não). Por muito que façamos reflexões parece que chegamos apenas e só a mais dificuldades em compreender o porquê de toda esta situação não só no que diz respeito à economia e à política mas também (e acima de tudo) à moral dos Homens. Onde não estamos (supostamente) em crise é a questão chave que devemos formular. Será a crise efectiva? Todos dizem que sentem a crise mas a verdade é que, do ponto de vista económico, nunca estivemos numa fase tão produtiva, as artes seguem o seu caminho, a política está numa situação estável em todos os países ocidentais, não há ameaças de conflitos armados...o máximo que temos é um maluco na Coreia do Norte. A crise existe realmente? Pergunto. Eu pessoalmente não vejo a crise nem sinto a crise. Há comércio a fechar? Claro que sim, tanto como o que abre, há empresas a falir? É normal que existam depois da criação sem regra das mesmas...há trabalhadores despedidos? Vejam os que se empregam todos os dias no continente asiático. Falar de crise numa época em que vivemos na estabilidade parece-me de todo exagerado e um insulto a todos aqueles que passaram pela crise de 29 ou então todos aqueles que morrem todos os dias de fome em África. Nós só porque não podemos comprar bens supérfluos de 50ª necessidade já dizemos que estamos numa crise gravíssima. A mania de que a economia tem sempre que crescer tem que acabar de uma vez por todas. A economia tem também que cair por vezes, tudo são afinal cataclismos cíclicos e nós temos apenas que compreender isso e tentar melhorar.

Nova Iorque, Abril de 2009.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Manuel Pinho - "Por qué no te callas?"

Estou pasmado com esta declaração:
"gostava muito de não ser ministro da Economia num país com tantas dificuldades"

Foi proferida por Manuel Pinho e está disponível no IOLDiário.

Não sei se era para rir, mas conseguiu esse feito.
São precisamente esses os desabafos que os agentes económico precisam de ouvir de um Ministro da Economia!
O povo diz e com razão: quem está mal, muda-se. Se não gosta de ser ministro, que dê o lugar a quem gosta e quem se sente moralizado para mudar alguma coisa.

Perdeu uma boa oportunidade para estar calado!

Educação e endividamento

Em alturas de limitação do endividamento das autarquias, o governo português decidiu exceptuar o relacionado com o investimento na educação. Até aqui tudo bem. Porém, o facto de ser só nesta categoria é levanta algumas questões.
Um dos maiores flagelos sociais neste momento em qualquer concelho do país é o desemprego. Nessa medida, política sociais são bem vindas e necessárias. Pode-se mesmo interrogar quais são as prioridades neste momento: se as obras nas escolas, cuja necessidade e utilidade são indiscutíveis a curto/médio/longo prazo e/ou o apoio económico, social e logistico aos trabalhadores desempregados. No entanto, como toda a gente sabe, os subsidios, principalmente, os de transferência de rendimento, cuja aplicação fica ao livre arbitrio do beneficiário, nem sempre correspondem aos fins desejáveis. Porém, estou-me a referir às autarquias, que é dos orgãos políticos mais próximo dos cidadãos.
Será que o endividamento é só para o TGV e outras grandes obras públicas?

domingo, 5 de abril de 2009

How Madoff's Feeder Funds Stole My Retirement

Sobre o caso Madoff: How Madoff's Feeder Funds Stole My Retirement

Obama Wants to Control the Banks

Aconselho a leitura do seguinte artigo: Obama Wants to Control the Banks .

Regulação Financeira: conclusões da Cimeira G20

O Financial Stability Board é consequência da Cimeira dos G20 em Londres. É uma remodelação do Financial Stability Forum, criado pelos G7 em 1999. Este novo organismo integrará a Comissão Europeia, a Espanha e os G20.

Economia Espanhola

As notícias económicas em Espanha não são muito animadoras, com o Banco de Espanha a prever o pior para este ano, contracção do PIB perto dos 4%, défice orçamental acima dos 8% e taxa de desemprego aproximadamente 17 %. Isto quer dizer que em consequência dos laços económicos existentes entre os Estados peninsulares, a nossa situação não será a melhor.

Direitos Humanos

Não bastou os bons resultados que Obama conseguiu nesta última semana, que diga-se de passagem que ultrapassam em muito o que o Bush fez de positivo em dois mandatos, agora os
Estados Unidos vão-se candidatar ao Conselho dos Direitos Humanos, o que já enfureceu algumas mentes como a do antigo embaixador da ONU, John Bolton. Lembro que só os Estados Unidos da América, Israel, Ilhas Marshall e Palau vetaram a criação do Conselho de Direitos Humanos.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Caso Portugal

"Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades" - Camões

Formamos mundos imaginários, encontramos impérios perdidos e hoje estamos perdidos no tempo. Fomos em tempos uma velha guarda da Europa, fonte de potencial e desenvolvimento, mas seremos hoje algo de semelhante daquele tempo? Veremos:

Somos um povo fatalista, de pensamento e mentalidade mediocre e que unicamente pensa no seu umbigo. Não somos um povo batalhador, capaz de arregaçar as mangas e modificar o que realmente somos, parados no tempo. Talvez esse seja o tal fado, o destino do povo. Apenas talvez...

O povo ve e gosta. Gosta de ler sobre corrupção, sobre compra de arbitros, uma forma de alienação e de facto ligar-los a algo enquanto se trabalha noutro. E isso agrada aos papões, sempre a espera da oportunidade para criar o caos e confusão para se trabalhar "sem olhares".

Conclusão: Portugal afinal é um País de corrupção, a verdade essência final. Casos Freeports, Magalhães, Casa Pia, Maddie... podemos inúmerar imensos erros que ninguém até agora se deu ao trabalho de modificar.

Afinal onde ficou aquele Portugal que tanto honrou uma pátria?

Pressão a meio campo

Afinal será verdade que, com senhor do Eurojust, passou-se da defesa para a "pressão a meio campo"? Daqui a nada a equipa passa ao ataque...